Essa não é a primeira vez que o Queen é citado como trilha sonora de lembranças nesta coluna. Em 2015, o Tullio Dias lembrou de uma história envolvendo “Bohemian Rhapsody” e um show do finado Panic! At The Disco realizado em 2014.
Desta vez, a história se passa em uma virada de ano. Era a hora de dar adeus ao 2015 e receber um 2016 que prometia ser de puro sucesso e realização. É natural a gente pensar essas coisas, não é mesmo? Ainda que aquele ano tenha sido complicado por outros motivos, aquela virada foi, com toda certeza, um dos momentos pessoais mais divertidos que tive até hoje.
Todo mundo sabe como os mineiros são bons anfitriões, então eu e outros amigos da terra do pão de queijo recebemos paulistas e um curitibano para um encontro especial de fim de ano. Parte desse grupo compartilhou boas experiências no Lollapalooza de 2015 e, para repetir a dose, resolvemos fazer uma reunião carinhosamente batizada de Reveilolla. Do festival para cá, o grupo passou a contar com pessoas novas e, ainda que uma delas tivesse ido naquele Lolla, eu só fui conhecê-la pessoalmente quase no apagar das luzes daquele ano.
Eu poderia utilizar diversas músicas ou artistas para escrever sobre histórias que envolvem essa pessoa. São tantas que dá para fazer até uma playlist lá na plataforma de streaming de áudio. Contudo, a primeira que sempre ecoa em minha cabeça é “Don’t Stop Me Now”. Além de ser uma das minhas músicas favoritas do Queen, perceber que aquele tecladinho gostoso também chamava a atenção dela foi um daqueles momentos divertidos de conexão que você leva consigo para o resto da vida.
I’m having a GOOD time!
“Don’t Stop Me Now” foi a primeira música que a gente ouviu em 2016 e transformou aquele momento do réveillon em uma verdadeira catarse com todos os envolvidos. Foi com ela tocando que tivemos o nosso “beijo da virada”. Foi correndo pelo salão de festas de mãos dadas que me senti seguro ao lado de alguém pela primeira vez em muito tempo. Lembro bem de como os seus olhos brilhavam ou de como o seu sorriso irradiava alegria. Lembro também dela me guiando e dos nossos passos desajeitados no salão de festas. Hoje, quase oito anos depois, essa é a última lembrança clara que eu tenho daquela noite. Por culpa da bebida, dali em diante eu só me recordo de flashes onde eu dava trabalho como se ainda fosse um adolescente bêbado.
Aquele era o começo de um ano que, por vários motivos, me tiraria do eixo. No entanto, acabou marcado por ser o começo de uma história que me faria feliz de uma forma que eu ainda não tinha sido quando o assunto é relacionamento. Foi naquela virada de ano que pude conhecer a pessoa que hoje, carinhosamente, chamo de o grande amor da minha vida.
É por tudo isso que “Don’t Stop Me Now” acabou se tornando mais do que uma música pra mim. Ela é um portal capaz de me transportar de volta àquela época especial repleta de risos e alegria, acompanhados de uma boa trilha sonora.