A nossa lista de retrospectivas do ano ganhou uma nova categoria para chamar de sua: após um ano de ausência, vamos apontar as melhores produções visuais lançadas em 2018.
No ano passado, nós deixamos a lista um pouco de lado para focar em outras seleções e acabamos “passando batido” por produções bem interessantes como no caso dos documentários Gaga: Five Foot Two, que aborda o processo criativo em torno de Joanne, o mais recente álbum da Lady Gaga, e o Eagles Of Death Metal: Nos Amis, que mostra o término daquela trágica apresentação do EODM em Paris que acabou sendo alvo de um ataque terrorista.
Com isso em mente, resolvemos retomar a categoria e a decisão não poderia ser mais acertada, afinal os amantes de música ganharam belas produções visuais para curtir ao longo de 2018. Além de filmes e documentários, quem gosta de música teve boas séries que abordavam esse universo e alguns de seus mistérios. Ao longo do ano, divulgamos alguns curtas e docs aqui no Audiograma, mas agora é hora de um apanhado maior. Por isso, selecionamos quinze produções visuais para vocês prepararem a pipoca, sentar e curtir a vontade.
Dois detalhes antes de ir: a lista está apresentada em ordem alfabética e os clipes estarão em sua categoria exclusiva como sempre e que será divulgada ao longo da semana, ok? Ok!
# 27: Gone Too Soon
Lançado em março, o documentário britânico 27: Gone Too Soon aborda aquele tema que sempre causa discussão nas rodas de conversa sobre música: os talentos que morreram aos 27 anos. Dirigido por Simon Napier-Bell, o documentário entrou na Netflix em maio e fala sobre a triste coincidência que liga nomes como Brian Jones, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Jim Morrison, Kurt Cobain e Amy Winehouse.
A produção mescla gravações dos artistas, incluindo shows e depoimentos, com entrevistas realizadas com críticos e produtores da indústria fonográfica, todos tentando compreender o porquê de não apenas eles, mas diversos outros músicos menos conhecidos, acabarem falecendo cedo demais.
# A Head Full Of Dreams
A história de uma banda que está junta percorrendo o mundo por vinte anos. É esse o foco em torno de A Head Full Of Dreams, filme lançado pelo Coldplay em novembro. Disponível na Amazon Prime Video, a produção dirigida por Mat Whitecross promove uma retrospectiva em torno da banda britânica, mostrando o começo de carreira, filmagens raras dos primeiros ensaios e depoimentos dos integrantes analisando toda a sua trajetória.
Mesmo se você não for fã, vale a pena assistir pela produção bem interessante e pelo fato dela poder te oferecer uma nova visão sobre o Coldplay.
# A Star Is Born
A Star Is Born (Nasce Uma Estrela) ganhou uma quarta versão em 2018 e encantou o público. Dirigido e produzido por Bradley Cooper, o filme é estrelado pelo ator ao lado de Lady Gaga, Sam Elliott, Andrew Dice Clay e Dave Chappelle. Após aclamação da crítica nos festivais de cinema, o filme chegou ao circuito convencional e agradou ao público principalmente pela performance de Lady Gaga como atriz e como principal nome da trilha sonora do projeto.
Para muitos, essa se tornou a melhor versão da história já lançada até hoje e tudo indica que o reconhecimento final chegará em breve com indicações e prêmios importantes da indústria do Cinema.
# Bluesman
Baco Exu do Blues lançou um álbum excelente em 2017 e, não satisfeito, mostrou que tem muito mais a dizer. Juntamente com o seu mais recente trabalho, BLUESMAN, o rapper baiano colocou no mundo um curta-metragem de oito minutos que é uma verdadeira obra de arte cinematográfica.
O filme é protagonizado pelo ator Kelson Succi e tem como trilha sonora três das nove faixas do álbum: “Preto e Prata”, “Bluesman” e “Queima Minha Pele”. Com produção da Stink Films, o curta conta com a direção de Douglas Ratzlaff Bernardt.
# Bohemian Rhapsody
Bohemian Rhapsody é uma celebração ao legado do Queen, sua música e ao icônico Freddie Mercury, que desafiou estereótipos e quebrou convenções para se tornar um dos artistas mais amados do planeta. O filme mostra o sucesso meteórico da banda através de suas canções revolucionárias, a quase implosão quando o estilo de vida de Mercury sai do controle e o reencontro triunfal na véspera do Live Aid, onde Mercury, agora enfrentando uma doença fatal, comanda a banda em uma das maiores apresentações da história do rock. Vale muito, principalmente pela atuação de Rami Malek.
# Dirty Computer
Janelle Monáe lançou um dos trabalhos mais interessantes do ano: seja pelo álbum em si ou pelo filme que o acompanha, Dirty Computer merece reconhecimento por mostrar a cantora naquela que é a sua melhor fase.
Em um clima de ficção científica e realidade distópica, a produção visual de quase cinquenta minutos acompanha a personagem androide vivida por Janelle, Jane 57821, que tenta se libertar das restrições de uma sociedade totalitária capaz de reprimir a individualidade. Tessa Thompson e Jayson Aaron atuam na produção dirigida por Andrew Donoho e Chuck Lightning.
# Jack White: Kneeling At The Anthem D.C.
Quer ter uma ideia de como está sendo a atual turnê de Jack White? O músico lançou neste ano o filme Jack White: Kneeling At The Anthem D.C., que documenta a apresentação realizada por ele no famoso The Anthem, em Washington D.C., e já está disponível na Amazon Prime Video.
Dirigido por Emmett Malloy, que já trabalhou com White na época do White Stripes no documentário Under the Great White Northern Lights (2009), o título do filme faz um trocadilho com o nome da casa de shows como uma forma de crítica ao presidente norte-americano Donald Trump. O nome significa algo como “ajoelhando-se no hino”, referência direta aos protestos feitos por jogadores da NFL que se ajoelharam durante o hino nacional dos Estados Unidos para reclamar da violência policial sofrida pelos negros no país.
# Mamma Mia! Here We Go Again
Ao descobrir que está grávida, Sophie (Amanda Seyfried) busca inspiração para a maternidade lembrando do passado de sua mãe (Meryl Streep) para dar segmento em sua vida. Situado seis anos após o primeiro filme, original, o novo Mamma Mia tem vários momentos interessantes, ainda que a narrativa não apresente nada mais do que uma “repetição” da história já contada.
Dirigido por Ol Parker, o filme transita entre passado e presente e cumpre bem o seu objetivo: entreter e divertir quem o assiste. Some a isso cenas musicais interessantes e a participação mais que icônica da Cher cantando “Fernando” e “Super Trouper” são pontos altos da produção, isso sem contar na atuação de Lily James que rouba a cena como a jovem Donna.
# MATANGI / MAYA / M.I.A
Um documentário bem interessante sobre a vida da cantora e ícone pop M.I.A foi lançado neste ano. Nascida no Sri Lanka durante o movimento de independência Tamil, Mathangi Maya Arulpragasam fugiu para Londres com a mãe e os irmãos aos nove anos de idade.
Dirigido por Steve Loveridge, o filme conta com materiais registrados nos últimos 22 anos e mostra a vida da rapper, sua ascensão à fama, as controvérsias em torno de sua música e aparições públicas e, principalmente, como M.I.A usa a música pop como uma ferramenta política. Não foi sem motivo que o documentário foi vencedor do prêmio especial do júri no Sundance Film Festival 2018.
# Play
Dave Grohl é daqueles caras que faz de tudo um pouco e faz isso com prazer. O músico resolveu celebrar todos os seus companheiros de profissão com um projeto audacioso chamado Play.
Lançado em agosto, o documentário de pouco mais de trinta minutos conta com Grohl conversando com crianças e adolescentes que estão aprendendo a tocar antes de embarcar em uma jornada de vinte e três minutos tocando uma música e todos os seus instrumentos. Com o mesmo nome do documentário, a faixa pode ser ouvida na íntegra no documentário e, nela, vemos o líder do Foo Fighters tocando baixo, bateria, guitarra, violão, pandeiro, teclado, tambores, xilofone e outros instrumentos.
# Quincy
Um dos melhores documentários do ano: foi assim que definimos Quincy após a sua exibição. Lançado pela Netflix, o documentário dirigido Rashida Jones (filha de Quincy Jones) ao lado de Alan Hicks mostra mais do que a carreira de um dos grandes nomes da música, mas como a sua história esteve entrelaçada a da música e da cultura pop norte-americana nas últimas décadas.
Toda a sua vida é esmiuçada ao longo das duas horas transitando entre o tempo presente – com viagens, interação com a família, trabalho e visitas ao hospital – e o passado pobre, as andanças pelo mundo e os trabalhos notáveis ao lado de nomes como Frank Sinatra e Michael Jackson. Simplesmente sensacional!
# Rapture
Série lançada pela Netflix em março, Rapture narra a história da cultura de rua norte-americana e mundial desde os anos 1990 sob o olhar de produtores, artistas e importantes nomes do hip hop.
Produzida pelo Mass Appeal, maior coletivo urbano dos Estados Unidos, a série conta com oito episódios de pelo menos cinquenta minutos focados em nomes importantes da cena como Nas, T.I., Rapsody, Logic, G-Eazy, A Boogie wit da Hoodie, 2 Chainz e Just Blaze. Além de todas as questões envolvendo a cultura de rua, a série mostra também a relação dos rappers com suas famílias, viagens, a ligação com os fãs e questões pessoais que permeiam cada um dos artistas.
# ReMastered
Em outubro, a Netflix lançou a série documental ReMastered, que busca investigar os maiores mistérios não resolvidos do mundo da música.
Prevista para oito episódios mensais que serão lançados até maio do ano que vem, a série já conta com três deles já disponíveis e que falam sobre a suposta tentativa de assassinato contra Bob Marley, o encontro tumultuado entre Johnny Cash e Richard Nixon na Casa Branca e a busca pelo assassino do DJ Jam Master Jay, do Run-DMC.
# Springsteen On Broadway
Após 236 apresentações, o espetáculo Springsteen On Broadway chegou ao fim e, no último fim de semana, estreou na Netflix. A saga de mais de duas horas e meia mostra Bruce Springsteen acompanhado de uma guitarra, um piano e, como sempre, uma entrega incrível. Ao longo do espetáculo, o músico relembra histórias de sua vida e divide com o público as suas alegrias, tristezas e dúvidas, sempre com uma simplicidade e vulnerabilidade que conquistaram o público, com todas as noites esgotadas.
O especial da Netflix conta com 15 sucessos de seu repertório, tocados entre uma história e outra, além de referências aos EUA e suas diversas questões políticas e sociais. Com muitas histórias inéditas, é um material obrigatório para quem gosta de música e conhece a importância que Springsteen tem para ela.
# Unsolved: The Murders of Tupac and the Notorious B.I.G.
Lançada em junho, a série da Netflix busca explorar toda a investigação por trás de crimes reais e não resolvidos, mesclando ficção e realidade. Em sua primeira temporada, Unsolved foca nos casos dos homicídios dos rappers Tupac Shakur e Christopher Wallace, que ficou conhecido mundialmente como Notorious B.I.G..
Tupac, interpretado na série por Marcc Rose, morreu em 1996 aos 25 anos, seis dias após ser baleado dentro de seu carro, em Las Vegas. Por sua vez, B.I.G., vivido na série por Wavvy Jonez, foi morto no ano seguinte, em circunstâncias parecidas, na cidade de Los Angeles.
A série, que deve seguir a temática de apresentar um crime por temporada – algo como American Crime Story -, mostra as investigações conduzidas pelos detetives Greg Kading (Josh Duhamel) e Russell Poole (Jimi Simpson). Vale lembrar que, até hoje, os casos continuam sem solução. E não, isso não é um spoiler.
Quer ver mais listas do nosso #LISTÃO2018? Então vá agora mesmo em nossa página especial para ver o que o Audiograma tem a dizer de 2018.