Você sabe quais são seus discos favoritos de 2023, mas sabe quais são os discos favoritos das pessoas que lançam esses discos?
Pois bem, esse ano, nós do Audiograma decidimos mudar nossa lista de fim de ano e perguntar quais os discos favoritos dos nossos artistas favoritos!
Confira agora nossa lista e descubra se o seu disco favorito de 2023 foi o do seu artista também!
Apeles
A Curva dos Dias, de Renato Medeiros
Renato Medeiros é um multi-instrumentista de SP, que lançou um grande álbum no fim de 2023. Totalmente versátil e melódico, o disco tem algumas das canções mais bonitas que ouvi no ano, como James e Madre de Dios, que transitam em algo como se Simon & Garfunkel fizessem um disco produzido pelo Kevin Parker (Tame Impala).
Chaos for the Fly, de Grian Chatten
Outro disco solo que ouvi bastante, a elegante estréia de Grian, álbum também produzido por um dos meus produtores favoritos, Dan Carey. Por horas parece um registro moderno de Leonard Cohen com drum machines e letras afiadas. Recomendo pra quem além de Cohen, assim como eu, goste de artistas como Richard Hawley ou Warhaus.
terraplana
Tracey Denim, do bar italia
É um álbum com muitas características e influências diferentes de dentro do rock alternativo que são colocadas com muita personalidade e com uma estética única. As músicas têm estruturas relativamente simples, o arranjo é sempre bem interessante, sem falar nas melodias que conseguem ser meio “catchy” mas não são óbvias. Dá vontade de ouvir no repeat e de ouvir tudo que essa galera lançou nesse projeto e em projetos paralelos.
Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo
I Inside the Old Year Dying, de PJ Harvey
A gente escolheu como disco internacional o novo da PJ Harvey, I Inside the Old Year Dying. Fazia sete anos que a PJ não lançava nada além de demos — por sinal incríveis — dos discos dela e esse disco veio como uma porradinha curta, muito sutil e muito intensa. Ele tem um pouco mais de 30 minutos e tem um som completamente absurdo, quase acústico.
Uma coisa diferente dos outros discos dela é o peso que não vem de forma óbvia com distorções e coisas do tipo. Ele se dá na escolha milimétrica dos timbres de bateria e violões sujos que dão um peso estético nada trivial.
E como sempre a PJ tá arrasando nas composições e na voz!
Me chama de Gato que eu sou Sua, de Ana Frango Elétrico
É muito difícil escolher apenas um disco brasileiro para dizer que é o melhor do Ano. Esse ano tivemos lançamentos de peso de Ava Rocha, Luiza Lian, dadá Joãozinho, Mateus Fazeno Rock, Letrux, FBC, Julia Mestre, e muitos outros artistas incríveis brasileiros incríveis que fizeram este ano de 2023 ser um ano muito especial.
2023 é um ano de excelentes discos e é muito gratificante pra nós ter lançado nosso disco Música do Esquecimento neste ano potente. Mas, nós temos um disco favorito que é… Me chama de Gato que eu sou Sua de Ana Frango Elétrico. Somos muito fãs da trajetória completa de Ana, desde o Mormaço Queima passando pelo Little Eletric Chicken Heart, todos os singles e apostas do artista.
Ana é um artiste que admiramos pelas escolhas ousadas que vem tendo desde os primórdios, cada disco aponta para uma direção e expande o universo lírico e sonoro. Nunca sabemos o que podemos esperar da discografia.
Me chama de gato que eu sou sua é um disco maravilhoso e divertido ao mesmo tempo que é melancólico e profundo. São muitas camadas afetivas. É muito lindo mesmo e não poderíamos deixar de citá-lo pela sua inventividade. Com certeza um dos artistas que mais admiramos e que temos o privilégio de conhecer de perto, podendo acompanhar seu desenvolvimento e sua sagacidade.
Kadesh
I Am… The Autobiography, do Nas
O novo do Nas, I Am… The Autobiography, pelo fato de ainda se manter bem relevante para o cenário do rap mundial, com sua lírica e levadas únicas.
Nota: Segundo o Genius, o álbum I Am… The Autobiography foi lançado apenas em vinil no dia 24 de novembro de 2023. O disco ainda não está disponível nas plataformas de streaming.
RAVIH
Escuro Brilhante, Último Dia no Organato Tia Guga, de Rico Dalasam
Desafiando os algoritmos, Rico Dalasam optou por lançar seu terceiro álbum, Escuro Brilhante, primeiro nos shows e nos grupos virtuais de fãs, onde foi disponibilizado um link para baixar e ouvir a obra.
Embalagem à parte, o conteúdo em si faz jus ao mistério e mostra Dalasam em seu melhor momento exalando uma musicalidade encorpada somada a poesias afiadas que desconcertam e confortam ao mesmo tempo.
Previsto para chegar nas plataformas até o final do ano, o disco de Rico é um tiro que mesmo disparado no escuro, já atingiu o seu alvo, acerto que por si só já o torna indiscutivelmente brilhante.
Teresa BZ
Liberdade, de Jonathan Ferr
Liberdade é o título do álbum de Jonathan Ferr lançado em janeiro de 2023. Tem suas mãos em todas as composições e produções das dez faixas. Ele decreta, na parceria com Rashid, na faixa Meu Sol, que “a cura está acontecendo agora”.
A gente, de fato, “abre os braços” para ouvir e flutuar com Mar Profundo. E, em tempos em que a música brasileira bate sempre nas mesmas teclas viciadas do “bota aqui” e do “senta lá”, Ferr evoca, com elegância e leveza, na faixa que fecha o álbum, que “o amor não morrerá”. Isso sim é liberdade.
Jackdi
Perdas e Ganhos, de Vulgo FK
Para o favorito do ano, vou de Perdas e Ganhos, do Vulgo FK. Além de gostar muito dele e me identificar com alguns sons, levei como referência tudo o que ele passou para poder contar as histórias do álbum.