Nos dias 6 e 7 deste mês, A Autêntica recebeu um dos maiores nomes da música indie latino-americana. A Francisco, El Hombre chegou com tudo, fazendo a casa de show se tornar uma verdadeira piscina de suor.
Júlia Moreno abriu a primeira noite, sendo muito bem recebida pelo público. O show fluiu entre piadas, conversas e músicas questionadoras. A segunda noite a abertura ficou por conta do duo lo-fi Loquàz, que tratou de aquecer o público com um show animado, mas nada exacerbado — tudo na medida, com direito a pedir bis.
Se o público se encontrava no ápice da tensão à entrada da banda ao palco, explodiram logo nos primeiros versos de “CHAMA ADRENALINA”. Cantada por Juliana Strassacapa e acompanhada por Mateo, ali já havia a promessa de que seria um grande show. Promessa qual foi mantida — e acrescida — na apresentação de sábado.
Ao longo da apresentação, a banda passou por músicas já consagradas como “O Dólar Vale Mais Que Eu”, “Calor da Rua” e “Triste, Louca ou Má”. Enquanto todas as mulheres da plateia vão para a frente, Juliana faz um discurso sobre a liberdade da mulher e todos cantam em uníssono. Um momento para se emocionar.
Ainda que tenha os momentos para acalmar o coração, as apresentações foram pra “molhar o sovaco”: Mateo não deixa o público descansar por nem um segundo, seja puxando coreografias, solos de guitarra improvisadas com a voz ou organizando mais de quatro moshs — que ele mesmo participa — até o fim dos shows. E no meio disso tudo, ainda conseguem arranjar espaço para tocarem músicas do disco RASGACABEZA — como “TRAVOU :: tela azul“, que teve direito a atuação. Os shows também contaram com a nova música “MATILHA :: coleira ou cólera”.
Ambas as apresentações contaram com a mesma setlist, porém é um equívoco pensar que os shows seriam iguais. Os figurinos não foram os mesmos — sexta-feira toda a banda usava um macacão laranja, sábado a blusa verde e amarelo com os dizeres “Educar e Resistir” —. Houve também um momento em que Rafael Gomes, baixista da banda, pediu atenção para a resistência dos Guarani Mbya frente à apropriação de terras indígenas por uma empresa de construção.
Nos dois dias o público saiu da casa de show como se saísse de uma piscina: molhados até os pés — neste caso, de suor — e respirando profundamente o ar fresco da madrugada. Duas noites inesquecíveis, e Francisco, El Hombre, deixou o recado: resistir sempre!
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