30) Fogo, da Bratislava
Não conversamos com o quarteto formado por Victor Meira (vocais/teclas), Alexandre Meira (guitarra/vocais), Sandro Cobeleanschi (baixo) e Lucas Franco (bateria) sobre o assunto, mas é bem possível que 2017 esteja sendo o melhor ano da Bratislava até então. Após subir ao palco do Lollapalooza Brasil em março, a banda coloca a nossa disposição o seu terceiro álbum de estúdio. Fogo é um registro envolvente, com letras fortes e intensas, mostrando uma Bratislava cada vez mais madura e consciente do que faz.
29) Carry Fire, do Robert Plant
Carry Fire mostra o quanto Robert Plant ainda tem a nos dar quando o assunto é boa música. Com uma qualidade acima da média e esbanjando criatividade, Plant aproveita também para mostrar que o seu legado é muito maior do que se pode imaginar, assim como se faz tão interessante quanto o produzido com sua antiga banda. Um belo resultado, exemplificado pela bela “Keep It Hid”.
28) Migration, do Bonobo
O produtor britânico Simon Green navega por diversas camadas em seu sexto trabalho de estúdio. Com o nome de Migration, o disco retrata tanto o processo de vida de Simon, que passou por três cidades distintas nos últimos sete anos, quanto as várias sonoridades que ele aborda em sua carreira. Bonobo aproveita para entrar em contato com convidados especiais que acabam por enriquecer o trabalho, casos de Rhye, Innov Gnawa e Nick Murphy (ex-Chet Faker), que aparece na interessante “No Reason”.
27) Who Built The Moon?, do Noel Gallagher’s High Flying Birds
Na eterna disputa interna da família Gallagher, Noel dessa vez “vence de lavada”. Ao contrário do irmão, Noel se afasta diametralmente da tradicional sonoridade que o alçou ao estrelato junto ao Oasis, trazendo um som moderno, recheado de novas influências e experiências. Ao tentar criar algo jamais visto em toda sua carreira, Noel Gallagher se reinventa de maneira magistral, num dos melhores discos do ano. Destaque para “Holy Mountain”, a dançante e inesperada segunda faixa do disco.
26) Fifth Harmony, do Fifth Harmony
Amadurecimento vocal, liberdade artística e trabalho autoral. Isso tudo é o que define o self-titled álbum do Fifth Harmony. Embora tenha ido fraco nas paradas, tanto em singles, quanto views e vendas de álbuns aos dois trabalhos anteriores, as meninas viraram a página com a saída de Camila Cabello e mostraram que podem sim manter o grupo, embora ninguém saiba qual será o destino delas no próximo ano. Esperamos que não esteja nem um pouco perto do fim, pois precisamos ver o que mais elas têm a mostrar.
25) Lust For Life, da Lana Del Rey
Lana Del Rey decidiu diferenciar um pouco a sonoridade que fez nos dois álbuns anteriores, Ultraviolence e Honeymoon, trazendo um pouco do seu debut, Born To Die, e uma pegada mais hip hop. O resultado é mais um álbum incrível e audacioso, cheio de indiretas para Donald Trump (tem como não amar isso?). As participações de The Weeknd e ASAP Rocky são como a cereja do bolo e vieram para abrilhantar o que já é muito bom. Palmas!
24) Colors, do Beck
Quem esperava um disco na linha do Morning Phase (2014), álbum que deu a Beck um Grammy de disco do ano, acabou por cair do cavalo. Após três anos de trabalho, o músico voltou com um disco diferente, empolgante, letras positivas e uma pegada oitentista que foge completamente da melancolia do registro anterior. Colors é mais um prova de como Beck consegue ir aos extremos em sua carreira sem perder a qualidade e, principalmente, sem parecer caricato. Wow!
23) Concrete And Gold, do Foo Fighters
Com uma relativa diversidade sonora, Concrete and Gold chegou para integrar a admirável discografia do Foo Fighters. O álbum alterna entre canções agressivas como “Run” e a reflexiva “Sunday Rain”, evidenciando a evolução sonora da banda e mostrando, mais uma vez, que Foo Fighters é um dos maiores nomes do rock atual. De maneira que poucos conseguem, a banda atinge o objetivo de promover o ritmo com eficiência e conquista pessoas que nem se interessam muito por rock. Suas canções acessíveis fazem um misto de rock clássico com a intensidade do Foo Fighters, o que ajuda a tornar Concrete and Gold um dos álbuns essenciais de 2017.
22) Number 1 Angel, de Charli XCX
A mixtape de Charli XCX foi sem dúvidas um dos acontecimentos que marcaram a indústria em 2017. O álbum que contém a mágica “Dreamer”, traz parcerias com nomes em ascensão no meio alternativo, como ABRA, Cupcakke, RAYE e Starrah, além da já conhecida MØ. Number 1 Angel é sem dúvidas um ótimo aperitivo enquanto XCX não lança seu novo álbum, que deve sair em 2018.
21) Woodstock, do Portugal. The Man
Quando a temática de produção do Pop chega ao Rock pode ser um problema, certo? Vários produtores, engenheiros de som, abuso de samplers, pitadas eletrônicas e diversas influências combinam mais quando a gente fala de um artista pop, mas o Portugal. The Man colocou isso em prova com seu álbum Woodstock. O resultado pode incomodar os puristas, já que sua audição parece difícil no começo, mas é um álbum recheado de boas composições e que pode ganhar o seu coração.
20) I See You, do The xx
O trio londrino tem como marca um som mais tranquilo, mas o disco veio para quebrar esse paradigma. Logo na primeira faixa, “Dangerous”, nota-se essa mudança. Com melodias mais abertas e ousadas, o álbum apresenta uma estrutura musical mais animada. As letras mantiveram sua essência emocional e reflexiva. Vale a pena conferir esse novo momento do The XX.
19) Rainbow, da Kesha
Quem achou a pegada mais rock deste álbum fora de contexto provavelmente conhece pouco o trabalho da Kesha. É fácil perceber que e algo que ela vem tentando fazer não é de hoje, principalmente se pegar algumas faixas do seu segundo álbum, Warrior. As indicações ao Grammy são merecidas, os singles são impecáveis e quem não se emociona com a obra prima que é a musica e o clipe “Praying”? Ainda que Rainbow tenha saído sob supervisão de Dr Luke, ela conseguiu imprimir com classe todos os seus sentimentos e angústias ali. Valeu a pena esperar todo este tempo para ouvir.
18) After Laughter, do Paramore
After Laughter é o quinto álbum do Paramore, o primeiro desde 2013 e é um divisor de águas na carreira da banda. Assinado por Hayley Williams, Taylor York e Zac Farro, o disco assume uma sonoridade mais pop/indie e se distância do que já foi feito pela banda anteriormente. “Hard Times” foi lançada como carro chefe do álbum e apesar da diferença sonora, a música foi bem recebida pelo público.
17) American Teen, do Khalid
Uma das maiores surpresas do ano, o jovem Khalid lançou American Teen, um álbum de R&B que contém ótimas letras sobre relacionamentos (sóbrio ou de cabeça feita), e com o bônus de uma voz com personalidade cantando cada verso como um desabafo de uma adolescência de quem não pertencia muito ao grupinho mais popular da escola. Depois de ouvir o álbum, Khalid vira muito mais do que nosso cantor preferido. A gente quer sair pra beber, falar de artes e curtir com ele.
16) Regina, do niLL
Lançado em julho, Regina é o segundo trabalho de niLL, MC de Jundiaí e membro da banca SoundFoodGang. O registro é uma homenagem a mãe do rapper, que faleceu há cerca de três anos e, com um tom totalmente pessoal, o álbum pode ser encarado como um relatório do período após a partida da mãe, com letras que vão de questões triviais até as aflições que a vida pode nos causar. Tudo isso com uma pegada pós-moderna, áudios de whatsapp e uma qualidade que faz de Regina um dos grandes trabalhos nacionais do ano.