A obra de Milton Nascimento atravessa gerações e, ao longo de toda a sua carreira, muitos foram aqueles que cantaram, gostaram e se emocionaram com pelo menos uma de suas canções.
Na última sexta, Belo Horizonte teve mais uma chance de ver tudo o que Milton representa para a música brasileira na abertura de sua turnê comemorativa de cinquenta anos de careira e, sem querer contar vantagem, a turnê não podia começar em local mais apropriado que o Palácio das Artes, que estava lotado e no clima ideal para uma celebração.
Apesar de toda a sua importância, confesso que nunca fui tão ligado a obra de Milton, mas tinha um motivo especial para ver essa turnê de perto, já que “Canção da América” e suas palavras “Amigo é coisa para se guardar, debaixo de sete chaves, dentro do coração” são uma das coisas que marcam minha relação pessoal com o meu avô, já falecido.
Com ares intimistas mas, ao mesmo tempo, com toda a pompa da qual é merecedor, Milton parecia estar um pouco tenso no início do espetáculo, mas acabou se soltando ao longo das músicas. Acompanhado de uma banda super competente, com a participação especial de Lô Borges e todo o calor do público a cada canção, o músico foi se mostrando cada vez mais a vontade nas quase duas horas de apresentação, onde sucessos como“Maria, Maria” e “Nada Será Como Antes” embalaram uma noite muito especial.
Tenho certeza de que se o meu avô – que nunca viu o Milton de perto – tivesse tido a oportunidade de ver o show de sexta, acredito que também iria as lágrimas (assim como eu) ao ouvir “Canção da América”, sobretudo da forma como foi, tendo apenas o público cantando cada verso, cada palavra, numa reverência clara e simples a tudo o que Milton significa para a música.
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Veja as fotos da Polly Rodrigues na seção Coberturas.
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O Audiograma agradece a Natura Musical pelo convite para presenciar a abertura da turnê #Milton50Anos.