TV Audiograma

Seithy reflete sobre comunidades asiáticas invisibilizadas em single de estreia

Artista multidisciplinar e luthier curitibano, Seithy faz de sua estreia musical um reflexo de sua identidade enquanto latino americano amarelo que vê sua cultura ser apropriada e invisibilizada.

Já disponível nas plataformas digitais, a urgente “Sem Nome” é guiada pela guitarra Kakushin-I de confecção própria e pela produção musical de Hugo Noguchi. “Depois de anos num coma colonial, entre não-lugares, inseguranças e naturalmente alocado à margem do possível, decidi saltar. Existo nesse salto, livre, caótico, saturado, conflituoso e humano. De som e de ser”, reflete ele.

No single, Seithy busca um olhar descolonial inspirado por todas as histórias, civilização e relatos que foram esquecidos em processos predatórios, desde terras até criações artísticas. “Essa faixa é sobre o sufocar neo-colonial, não em meu nome, mas em nome de qualquer natureza não hegemônica, sobre artefatos, sobre as histórias caladas, aterradas, queimadas, sobre entrar num museu e se resumir num artefato exótico de autoria desconhecida, da cerâmica indiana do século II ao adorno kaingang de 2017”, conta o músico.

O lançamento é uma aposta do selo Diáspora, projeto de Hugo Noguchi que pretende dar visibilidade para que artistas racializados se insiram de modo profissional no mercado musical, buscando descendentes das diásporas africana e asiática, assim como das internas brasileiras.

“Sem Nome” é a primeira amostra de Haikai Espiritado, álbum que Seithy lançará em breve.