Formada em 2005, o Bilderbuch rapidamente se destacou no cenário musical com sua abordagem experimental cheia de sintetizadores e outros efeitos sonoros. Combinando elementos do indie rock, pop e eletrônica, os austríacos criaram um som distinto que atraiu fãs em toda a Europa e foram atração principal de vários festivais alternativos no velho continente.
A banda é encabeçada pelos amigos Maurice Ernst (vocalista e guitarrista), Peter Horazdovsky (baixista), Michael Krammer (guitarrista) e Philipp Scheibl (baterista). O nome do grupo, que significa “livro de figuras” em alemão, foi inspirado em um livro infantil que um deles encontrou em uma biblioteca. O Bilderbuch se estabeleceu inicialmente como um grupo de rock indie convencional, mas logo começaram a experimentar e a desenvolver seu estilo característico.
Tive inclusive a oportunidade de conhecer o trabalho da banda enquanto assistia ao filme A Cure for Wellness, onde foi utilizada a canção “Spliff “, que mexeu tanto comigo que, apesar de ter adorado o filme, uma das minhas maiores memórias afetivas foi ter encontrado uma banda que logo entraria no pódio dos meus grupos musicais favoritos (se quiser me encontrar, estou em diversas publicações deles no Instagram com o nosso tradicional PLEASE COME TO BRAZIL!).
As influências musicais do Bilderbuch são diversas, incluem uma ampla variedade de gêneros e artistas. Desde o início, a banda mostrou um interesse especial pela música eletrônica e pela cena pop alternativa. Além disso, citam artistas como Bowie, Prince, Talking Heads e LCD Soundsystem como inspirações para a sua música (POV: eles são primos descolados do LCD Soundsystem, em minha humilde opinião). Essas influências se refletem em suas composições, que frequentemente combinam elementos de rock, pop e música eletrônica de forma disruptiva.
Outro ponto: quando mencionamos eletrônico, estou indo muito mais para o lado de Grimes, Arca e Bjork do que Alok e afins. É algo mais experimental.
Álbuns que você precisa ouvir!
Nelken & Schillinge (2009)
O álbum de estreia da banda apresenta um som mais tradicional de indie rock, com letras predominantemente em alemão. Embora não tenha recebido grande atenção internacional, o debut lançou as bases para o desenvolvimento do estilo único do Bilderbuch, sendo o pontapé inicial para a banda. Inclusive, eu gostaria de destacar as canções “Koaf ab” e “Psychiatrie”, que basicamente exemplificam o tom do disco, com aquele rock tradicional europeu digno de tocar em qualquer festa alternativa deixando todo mundo completamente complexado.
Die Pest im Piemont (2011)
O segundo álbum da banda mostrou uma progressão em direção a um som mais experimental, com faixas que incorporam elementos eletrônicos e abordagens líricas peculiares. O disco mostra um amadurecimento imenso em relação ao trabalho anterior, destacando o single “Ein Boot fur uns” que é uma viagem alucinante.
Schick Schock (2015)
Este álbum foi um divisor de águas para o Bilderbuch. Com uma sonoridade mais pop e dançante, Schick Schok trouxe maior notoriedade à banda, especialmente na Alemanha e na Suíça. O single “Maschin” foi um grande sucesso. Inclusive, foi exatamente aqui que comecei a me aprofundar na banda, e a canção citada anteriormente (“Slipff”) faz parte desse disco.
Magic Life (2017)
Foi aqui que eles entregaram o seu melhor! Indo totalmente contra a maré da maldição do 4º álbum, combinando letras em inglês e alemão, o trabalho consolidou o som característico do Bilderbuch e expandiu os horizontes de suas produções. Novamente, a banda misturou influências de diferentes gêneros musicais, resultando em um som contemporâneo e inovador. Com destaque para a canção “Bungalow”, que é uma obra prima.
Após o lançamento de Magic Life, a banda estabeleceu sua identidade musical lançando os discos Mea Culpa (2018), Vernissage My Heart (2019) e Gelb ist das Feld (2022).
Fun-Fact: fiquei tão apaixonado pelos discos “Shick Shock” e “Magic Life” que fiz questão de importar suas versões tanto em CD quanto em vinil. Ambos são lindíssimos e integram minha coleção pessoal. Amo demais, apesar da taxação da alfândega…
A banda conseguiu consolidar sua posição na cena musical alternativa através de uma abordagem criativa e inovadora. Os shows deles são eletrizantes e demonstram que, além de excelentes músicos, os integrantes são incríveis showmen. Com influências diversas e uma sonoridade única, eles conquistaram um lugar especial na cena. Com um futuro promissor pela frente, a banda continua a explorar novas possibilidades musicais, mantendo-se fiel à sua visão artística original.
Atualmente a banda segue ativa. Seu lançamento mais recente foi o single “Softpower”, disponível em todas as plataformas digitais.