Estamos chegando aos posts finais do nosso #Listão2015 e, agora, reunimos os melhores álbuns lançados no Brasil em 2015.
Após reunir todos os votos, chegamos a nossa lista final, com 20 discos made-in-Brazil que fizeram a cabeça da equipe do Audiograma ao longo do ano que se encerrou.
Abaixo, você confere a seleção final com os 20 melhores álbuns nacionais de 2015.
Vamos lá?
20 – 2×0 Vargem Alta – 2×0 Vargem Alta
Francisco Ribeiro Eller, o Chicão, tem no DNA e nas costas o “peso” de ser filho de ninguém menos que a cantora Cássia Eller. Com o nome artístico de Chico Chico, o rapaz de 22 anos fundou a banda 2×0 Vargem Alta e soltou o seu primeiro trabalho, que leva o mesmo nome. Formada por Chico Chico (voz e violão), Artur Pedrosa (bateria), Dudu Solto (baixo), Leandro Bocão (guitarra) e Pedro Fonseca (teclados), o trabalho prova que o rapaz consegue lidar bem com esse peso de ser filho de quem é. Com a mesma pegada sonora evocada pela mãe, Chico Chico mescla isso com sua personalidade, letras interessantes e navega entre o rock e o blues, aliando isso a elementos da música nacional, como o baião. O resultado é bem interessante, como pode ser visto em músicas como “Quanto calor”, “Garota da soleira” e “As folhas da Praça Paris”. [JP]
19 – Bidê ou Balde – Gilgongo! Ou, a última transmissão da Rádio Ducher
O quinto álbum de estúdio dos gaúchos do Bidê ou Balde preza pela experimentação. Entre vinhetas, canções inéditas, versões, receitas culinárias e até comerciais, a banda conta em Gilgongo! Ou, a última transmissão da Rádio Ducher o que seria a última hora de transmissão de uma fictícia rádio local. Após um disco onde a veia pop estava bem aflorada (Eles São Assim. E Assim Por Diante, de 2012), a banda volta a sua pegada divertida e até ~amalucada~ de tempos atrás. Músicas como “À La Minuta”, “Fazer Tudo À Pé” e “Eu Gostaria de Matar os Dois” mostram que o Bidê ou Balde ganha fôlego para continuar. [JP]
18 – Matanza – Pior Cenário Possível
Matanza é o típico som que vai evoluindo com o passar do tempo. Como um bom Whisky. Após uma escorregada no trabalho anterior, o hardcore mais bêbado do Brasil retoma a sua boa forma com canções inspiradas, como “A Casa em Frente ao Cemitério” e “Conversa de Assassino Serial”. [TD]
17 – Filipe Ret – REVEL
O segundo álbum do rapper carioca Filipe Ret, REVEL, trás dez canções que relatam histórias de superação, amores e problemas do dia a dia. O álbum foi produzido em um intervalo de 3 anos, após Filipe estourar com o seu álbum VIVAZ (2012). O primeiro single do álbum, “Invicto”, já possui mais de 6 milhões de visualizações com seu clipe oficial no Youtube. Aos 30 anos de idade, Ret já mostrou que sabe fazer o grande estilo carioca e tem expandido a sua turnê por várias cidades mostrando o resultado de um trabalho que contou com participações de Duani, Caesar Barbosa, Marya Bravo, REEO Mix, Nave, Gênio e Chumbo, Neguim Beats, Daniel Shadow e Tropkillaz. [VP]
16 – Dead Fish – Vitória
Seis anos separam o trabalho anterior do Dead Fish (Contra Todos) de Vitória. Após mudanças na formação e de gravadora, a banda mantém a força instrumental de sempre aliado as letras que expressam todo o engajamento social e contestação política que são característicos na história dos capixabas. Sétimo trabalho de estúdio, Vitória mostra um Dead Fish mais afiado, fato bem representado por faixas como “Jogajogo”, “912 Passos” e a que dá nome ao trabalho. [JP]
15 – Esteban – Saca La Muerte de tu Vida
Três anos e muitas experiências adquiridas depois, Rodrigo Tavares lança o sucessor de ¡Adiós Esteban!. E nada mais justo do que o novo disco, Saca La Muerte De Tu Vida, carregar muito do que foi incorporado a vida de Rodrigo nesse tempo. Se as letras remetem muito ao trabalho anterior, a sonoridade mudou. Ainda que o rock seja o ponto de partida, tem muita influência da música gaúcha, argentina, uruguaia e de bandas como Copeland e Anberlin. É um trabalho diferente e faixas como “Pra Ser”, “Tango Novo” e “Carta Aos Desinteressados” comprovam isso. [JP]
14 – Roberta Sá – Delírio
O quinto álbum de estúdio de Roberta Sá, lançado em outubro, apresenta ótimas canções de MPB e samba com direito a colaborações de grandes nomes como Chico Buarque – em uma música composta por Arnaldo Antunes, Martinho da Vila e composições de Adriana Calcanhotto, Tom e Moreno Veloso. A faixa título “Delírio” é uma das mais poderosas do álbum. [ER]
13 – Liah Soares – Ao Vivo no Theatro da Paz
Após inúmeros pedidos dos fãs, finalmente Liah Soares gravou um DVD e extraiu o áudio para o lançamento do CD ao vivo. Hits como “Garotas choram demais” e outras composições da cantora como “Desperdiçou”, “Nada vai me sufocar” (gravados por Sandy e Junior), e “Grande Angular” (gravada por Rafael Almeida) entre tantas outras, fazem transparecer o talento da cantora que ganhou uma atenção maior após participação no The Voice Brasil. [YC]
12 – BNegão & Seletores de Frequência – TransmutAção
Bernardo Santos… mais conhecido como BNegão… colocou na rua mais um excelente trabalho acompanhado dos Seletores de Frequência. TransmutAção é resultado do aporte dado pelo projeto Natura Musical e foi disponibilizado para audição no início de setembro. O funk e o groove que permeiam o percurso sonoro de BNegão se fazem presentes no trabalho, assim como suas letras sempre inteligentes, capazes de dialogar com diversas tribos com a mesma força. Difícil não sentir a força de “No Momento (100%)”, “Mundo Tela” (uma das melhores do disco) e “Fita Amarela”, para citar algumas das 11 faixas do disco. [JP]
11 – NX Zero – Norte
Norte é resultado do crescimento musical do NX Zero e de seus cinco integrantes. O disco vem carregado de novas influências, vivências e, porque não, de toda a crise de identidade que a banda encarou nos últimos anos, que quase resultaram no seu fim. Norte é capaz de te surpreender. Eu não imaginava – ou esperava, na verdade – que o NX Zero fosse capaz de mostrar essa evolução por agora e a banda entrega um bom disco, mostrando uma nova direção e, deixando claro para quem ainda torce o nariz, que a banda é muito mais do que “Razões e Emoções”. Os destaques ficam por conta de “Modo Avião”, “Mandela” e “Pedra Murano”. [JP]
10 – Maglore – III
Apesar de gostar do Vamos Pra Rua, não era tão ligado assim no som dos baianos do Maglore. No entanto, III foi de cara um dos discos mais divertidos que ouvi este ano. O álbum já abre alegre com “O Sol Chegou”, mantém o suingue com “Se Você Fosse Minha” e entrega a que, pra mim, é a melhor faixa do disco: “Invejosa”. Tudo isso nas três primeiras faixas do disco, que tem onze no total. Um disco simples, muito bem feito e que mostra o quanto a Maglore vem crescendo. [JP]
09 – Cícero – A Praia
Cícero é um artista que compõe canções que te faz pensar na vida e nos caminhos que trilhamos e A Praia não seria diferente. Desde o lançamento do primeiro álbum, Canções de Apartamento (2012), ele mostrou que músicas “simples” possuem mais sentimento e sentido dentre um mar de composições instrumentais fantásticas. Cícero é 8 ou 80, você gosta ou não. E meu amigo, se a resposta for não, vamos tentar reverter a situação, pois a bagagem poética que esse artista transmite é válida para a vida toda. Para minha alegria, no dia 15 de janeiro, o cantor passa por Belo Horizonte, em uma apresentação no SESC Palladium. [MS]
08 – Lenine – Carbono
Engenheiro Químico de formação, Lenine usou isso para dar nome ao seu novo álbum de estúdio, Carbono. Lançado em maio, o disco marca o retorno do músico à sua velha forma, transitando pelo rock e pelo experimental, com pitadas de tropicália e manguebit. Não é a toa que uma das participações do disco é de ninguém menos que a Nação Zumbi, que aparecem em “Cupim de Ferro”. Faixas como “Castanho”, “O Impossível Vem Pra Ficar”, “A Causa e o Pó” e “Quede Água” mostram a mistura presente nas 11 faixas de Carbono e comprovam que, da mesma forma que o elemento químico, Lenine consegue dialogar com estilos sonoros variados e, assim, entrega um dos melhores discos de sua carreira. [JP]
07 – Emicida – Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa
Forte. Intenso. Ácido. Agressivo. Difícil encontrar um termo apenas para descrever o novo trabalho de Emicida. Em Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa, o rapper versa forte sobre a vida na periferia, a falta de oportunidades para todos e a falta de recursos para a evolução. No entanto, os temas mais fortes do disco são o racismo e o preconceito. Emicida fala com propriedade sobre a luta, sobre o sistema e sobre aquilo que está enraizado na construção do ser humano. Forte. Intenso. Ácido. Agressivo. É Emicida colocando o dedo na ferida desde os primeiros versos de “Mãe”, passando por “8”, “Baiana” (com Caetano Veloso), “Boa Esperança”, “Trabalhadores do Brasil” e, principalmente, “Mandume”, que é a melhor faixa do disco. O play é obrigatório. [JP]
06 – Tiago Iorc – Troco Likes
Tiago Iorc lançou o seu quarto álbum de estúdio pronto para dialogar com todo o seu público, cada dia mais diversificado. Com belas letras, melodia que conquista e uma produção interessante, Troco Likes é simples e objetivo, capaz de agradar a todo mundo ao longo de suas onze canções. Os destaques ficam por conta de “Mil Razões”, “De Todas As Coisas”, “Liberdade E Solidão” e “Sol Que Faltava”. [JP]
05 – Anitta – Bang
A maior artista brasileira de 2015 está de álbum novo. Mais uma vez, Anitta traz um álbum super produzido, inovador e com batidões e baladinhas gostosas. É para ouvir em qualquer ocasião, é para toda a família. [YC]
04 – Johnny Hooker – Eu Vou Fazer Uma Macumba para te Amarrar, Maldito!
É de Recife que vem um dos discos mais legais do ano. Johnny Hooker resolveu contar histórias de paixão, desilusão e desejo em seu disco de estreia, que ganhou o nome de Eu Vou Fazer uma Macumba Pra Te Amarrar, Maldito!. Com esse nome, nada mais natural do que Hooker falar de amor de uma forma passional ao longo das 11 faixas, com o apoio de ritmos como o brega, a gafieira, o frevo e o axé. Tudo junto e misturado em faixas como “Alma Sebosa”, “Volta”, “Desbunde Geral”, “Boato”, “Amor Marginal” e a que dá nome ao trabalho. É autêntico e até mesmo arrojado. E isso merece espaço. [JP]
03 – Elza Soares – A Mulher do Fim do Mundo
Dá para dizer que Elza Soares fez uma retrospectiva de seus mais de 60 anos de carreira de uma forma diferente: Com faixas inéditas e um disco maravilhoso. A Mulher do Fim do Mundo foi lançado em outubro e conta com elementos de diversas fases da cantora. Com um time de respeito por trás, Elza fala da vida, de conflitos, de sexo, tristeza, libertação, violência e faz tudo isso de uma forma natural, como se cada letra fosse uma experiência pessoal da incansável cantora. Com uma vitalidade e versatilidade, Elza vai do rap ao rock, sem deixar o seu DNA sambista de lado, fazendo de músicas como “Maria de Vila Matilde”, “Luz Vermelha”, “Pra Fuder”, “Firmeza” e “Benedita” verdadeiros pontos altos da música brasileira em 2015. Na faixa que dá nome ao disco, Elza pede que a deixem cantar até o fim. Com um resultado como ele, não precisa nem pedir novamente. [JP]
02 – Tulipa Ruiz – Dancê
Tulipa Ruiz resolveu colocar todo mundo para dançar com o seu novo álbum, Dancê. E conseguiu. Impossível não querer se levantar e arriscar alguns passos ao ouvir músicas como “Prumo”, “Proporcional” ou “Físico”. Da mesma forma que é impossível não querer cantar junto ao ouvir “Elixir” ou “Expirou”. É feito pra cantar. É feito pra dançar. Dancê é pra te tirar da zona de conforto e mexer o corpo. Coisa que, inclusive, vou fazer agora. Obrigado, Tulipa. [JP]
01 – Scalene – Éter
O segundo álbum da Scalene saiu no meio de um turbilhão de coisas. A banda estava exposta na TV, se apresentou em dois festivais de grande porte no Brasil e nos EUA e ainda carregava a “missão” de fazer algo tão bom como o seu antecessor, Real/Surreal (2013). O disco filtra mais as influências e se mostra mais centrado e focado, ainda que mantenha a mesma linha do disco anterior. Se destacando pelas letras e por sua melodia, a Scalene tem material que a faz capaz de se consolidar no cenário musical nacional e faixas como “Sublimação”, “O Peso da Pena”, “Legado” e “Histeria” conseguem comprovar isso. [JP]