Os 100 melhores álbuns de 2020

Essa deve ter sido a missão mais difícil em um ano recheado de bons lançamentos.

   10) Melanie C, da Melanie C

Melanie C decidiu apostar na carreira de DJ nos últimos anos e este novo trabalho traz o público para as pistas. Com músicas dançantes e empoderadas, a eterna sporty spice decidiu deixar de lado o som pop rock que fez sua carreira solo.

O trabalho autointitulado acaba soando como uma evolução do seu álbum anterior, Version Of Me. [YC]

09) Confetti, do Little Mix

Apesar da recém anunciada saída de Jesy Nelson do grupo, ainda durante os trabalhos promocionais de Confetti, podemos deixar este álbum morando na lista de downloads dos nossos apps de stream.

Entre músicas viciantes e pouquíssimas baladas, a tom do disco é de festa. O amadurecimento vocal e visual das meninas do Little Mix segue firme e forte e a dedicação em fazer um ótimo trabalho, mesmo que em quarentena, garantiu a elas uma posição merecidíssima na lista dos melhores do ano. [YC]

08) RTJ4, do Run The Jewels

Se tivéssemos que definir RTJ4 em um só adjetivo, poderíamos usar "necessário". O álbum do superduo formado por Killer Mike e pelo produtor El-P foi lançado em meio à semana onde os protestos pela morte de George Floyd nos EUA começavam a eclodir, e os tópicos abordados pelo disco casaram perfeitamente com o momento.

RTJ4 também é um exemplo de como a música do Run the Jewels consegue percorrer diversos caminhos sonoros; prova disso está nas participações de Zack de la Rocha, Mavis Staples e Josh Homme. Por isso, o disco é mais uma exibição do talento da dupla. [RS]

07) Chromatica, da Lady Gaga

Leia a nossa resenha completa do álbum!

Lady Gaga e sua equipe entregaram um ótimo álbum noventista, que estará no hall dos grandes revivals ao lado de Confessions on a Dance Floor, da Madonna; e Random Access Memories, do duo Daft Punk.

E mesmo no timing errado, diante o caótico cenário de uma pandemia e longe das pistas de dança para qual foi feito, Chromatica já é histórico por nascer nostálgico, entoando sons que remetem a uma realidade que não nos pertence mais. [MG]

06) DISCO, da Kylie Minogue

Aos 52 anos, Kylie Minogue mostra em DISCO que ela pode ter a idade que ela quiser e fazer um álbum para o público que ela quiser. Este trabalho traz músicas incríveis, que obviamente remetem à era disco, e é tão fresh quanto o aclamado Future Nostalgia, da Dua Lipa.

Esse é mais um triunfo de Kylie e posso dizer isso sem medo. Com certeza já está no ranking dos melhores lançamentos da cantora. [YC]

05) SAWAYAMA, da Rina Sawayama

Passando pelo pop, pelo R&B e pelo nu metal, Rina Sawayama utiliza referencias que vão de Britney Spears à Korn para refletir sobre experiências, algumas delas familiares, em seu disco de estreia SAWAYAMA.

Apresentando uma visão completa, concreta e muito clara de sua música, algo que poucos artistas conseguem fazer em um primeiro álbum, SAWAYAMA tem a capacidade de surpreender os ouvintes, já que é impossível prever o que virá a seguir: guitarras distorcidas aparecem no pré refrão de uma música que até aquele momento soava como um bem produzido pop tradicional, um instrumental à la Evanescence surge para ser misturado à elementos R&B no meio de uma das faixas e até mesmo algumas músicas que poderiam ser consideradas ~fillers~ e que, por vezes, lembram singles já lançados centenas de vezes por outros artistas tem a marca singular de Rina, tornando-as insubstituíveis no conjunto do álbum.

"Comme Des Garçons", "Who's Gonna Save You Now?", que lembra uma mistura da sonoridade do No Doubt – no disco Tragic Kingdom – com o pop característico feito por Lady Gaga; e "XS" são alguns dos destaques. [GC]

04) Future Nostalgia, da Dua Lipa

Em seu segundo álbum de estúdio, Dua Lipa não veio para brincadeira. Quem esperou três anos para um novo cd da britânica, não se decepcionou.

Inspirada pelo pop dos anos 80, Dua fez jus ao movimento, com linhas de baixo marcante e batidas disco. Escolhendo os singles com muita maestria, "Don't Start Now", "Future Nostalgia", "Physical" e "Break My Heart" deram um gosto do que estava por vir e não decepcionou nem um pouco. É um CD para dançar, com músicas muito animadas e que ainda sim contam uma história, como todo álbum deveria.

Além de fazer jus ao pop dos anos 80, Dua também sampleou a faixa "My Woman", de Al Bowlly (que também foi sampleada por White Town em "Your Woman"), em "Love Again"; e "Need You Tonight", do INXS, em "Break My Heart".

Do início ao fim, você se prende ao álbum. [AM]

03) After Hours, do The Weeknd

The Weeknd consegue equilibrar as suas personalidades musicais em seu novo álbum de estúdio. After Hours foge da aura dance de Starboy (2016), mas segue com a presença marcante da estética oitentista em seu som.

Ao longo das faixas, você encontra elementos do começo da carreira, aquilo que o levou ao mainstream, situações de introspecção e momentos sombrios, tudo embalado pelo DNA marcante do músico canadense e uma bela produção. [JP]

02) Punisher, da Phoebe Bridgers

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Nos detalhes, Punisher se mostra um álbum muito maior e mais maduro do que o seu antecessor, Stranger in the Alps, mesmo que em um primeiro momento soe parecido; coloca também Phoebe Bridgers como uma das grandes artistas da atualidade. Mesmo que não apresente novidades sonoras em relação ao que já vimos, Punisher faz algo mais importante: coloca ela como porta-voz de todos nós, pessoas que precisam lidar com problemáticas cada vez mais intensas, cada vez mais cedo. [RS]

01) Fetch The Bolt Cutters, da Fiona Apple

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Com seus detalhes sonoros riquíssimos, a voz poderosa de Fiona Apple como ponto central, além das composições de alto nível, Fetch The Bolt Cutters já se colocou como um forte candidato à disco do ano desde o seu lançamento.

Mais do que isso, esse é sem dúvida um dos melhores trabalhos de Fiona, por ser extremamente sincero e uma obra que só a cantora seria capaz de criar. Apesar dele ser o mais experimental de sua carreira, nunca vimos Apple tão exposta; ao lermos os pensamentos de Fiona que ali estão, Fetch The Bolt Cutters faz com que conversemos com nós mesmos, e consegue nos tocar. Um álbum que merece ser escutado infinitas vezes. [RS]