TOP 50: os melhores álbuns de 2022!

Aqui está a nossa seleção com os trabalhos que chamaram a nossa atenção ao longo de um ano recheado de bons lançamentos.

   10) Dawn FM, do The Weeknd

Dawn FM foi o primeiro melhor disco lançado em 2022.

Sequência do bem sucedido After Hours, de 2020, Dawn FM mimetiza um programa de rádio onde The Weeknd canta sobre suas crises existenciais em cima de melodias synth-pop que remetem a Off the Wall e Thriller, obras de Michael Jackson.

O resultado é um dos melhores e mais reflexivos trabalhos de Abel Tesfaye, que continua se superando a cada disco lançado. [GC]

9) Midnights, da Taylor Swift

A capacidade de composição da Taylor Swift é algo que me deixa embasbacado, principalmente na velocidade em que ela produz.

Sempre autoral, com boas melodias, vocais limpos e sinceridade ao falar do ranço dos seus ex-namorados, a cantora traz em Midnights o puro suco de Taylor Swift. A pegada é mais pop (estilo Lover e 1989), então os Folklore e Evermore fãs não devem aclamar muito.

Destaques para "Anti-Hero", "Maroon" e, claro, para o feat com Lana Del Rey na ótima "Snow On The Beach". [YC]

8) Wet Leg, do Wet Leg

Indicadas ao Grammy de Best New Artist, a Wet Leg trás o indie pop no seu primeiro álbum homonimo.

As vozes de Rhian Teasdale e Hester Chambers se complementam e as meninas entregam um dos melhores albuns do ano, com direito a duas faixas que fizeram sucesso nas redes sociais: "Wet Dream" e "Chaise Longue". [ER]

7) Habilidades Extraordinárias, da Tulipa Ruiz

Habilidades Extraordinárias é o primeiro álbum de inéditas de Tulipa Ruiz em sete anos. É delicioso perceber como a artista mantém o frescor de sua obra, reverenciando a antiga MPB e os novos gêneros que tomaram espaço nos últimos anos; além disso, mantém uma sonoridade dançante já conhecida do público, mais madura que nunca em seus flertes com o sintetizador eletrônico.

Torna-se cansativo dizer que é um álbum que atravessa temas como o isolamento social, mas esse é só um dos fios condutores do registro: Habilidades Extraordinárias também nasce de uma história inusitada relacionada a um visto de trabalho para os EUA. De fato, Tulipa Ruiz prova que fazer música é a mais extraordinária das criações, sendo múltipla e única.

A grandeza do trabalho está no respeito pelo tempo, que, num mundo acelerado, mastiga e cospe os artistas numa velocidade absurda; Tulipa dribla a efemeridade das redes ao ditar o ritmo de seu trabalho, bem como em suas preferências para a gravação, que contou com um processo quase inteiramente analógico. [BMS]

6) Jardineiros, do Planet Hemp

Colocando um ponto final em mais de duas décadas de espera, o Planet Hemp entrega um álbum poderoso e que faz jus a todo o seu legado.

Ao longo de quase quarenta minutos, JARDINEIROS traça um elo entre o passado e o presente, tocando em várias das feridas ainda presentes na sociedade brasileira. Abordando legalização da maconha, política e o abismo social intensificado nos últimos anos, o Planet embalou o seu discurso com um som que lembra os trabalhos anteriores e, ao mesmo tempo, dialoga com estilos mais populares nos dias atuais.

Ainda que Marcelo D2 e BNegão assumam o protagonismo, o trabalho feito por Formigão (baixo), Pedro Garcia (bateria) e Nobru (guitarra) ao longo do álbum é impecável. Isso fica claro na parte mais hardcore do álbum, como "TACA FOGO", "FIM DO FIM" e "VEIAS ABERTAS".

JARDINEIROS é um reflexo da sociedade atual e a sua regressão faz com que seja preciso abordar temas debatidos em 2000, quando o A Invasão do Sagaz Homem Fumaça foi lançado. Até por isso, o álbum é exatamente o que eu esperava do Planet Hemp em 2022. [JP]

5) Un Verano Sin Ti, do Bad Bunny

O porto riquenho Bad Bunny invadiu todas as listas de vendas e de streams do mundo... exceto no Brasil.

Apesar de não ter conquistado o nosso país, o álbum tem hits como "Me Porto Bonito", "Tití Me Preguntó" e "Callaita", que embalaram os shows em estádio nos EUA.

Indo contra a ideia de poucas faixas em albuns atuais, Un Verano Sin Ti tem 23 faixas que misturam trap, reggaeton e bachata. [ER]

4) Mr. Morale & the Big Steppers, do Kendrick Lamar

O primeiro disco de Kendrick Lamar em cinco anos traz o artista excelente como sempre, desta vez falando sobre paternidade, trauma geracional, religião e infidelidade — basicamente, temas familiares.

Com uma produção minimalista cheia de elementos de jazz — algo que ele inclui em seus discos desde o espetacular To Pimp a Butterfly; Mr. Morale & the Big Steppers é um brilhante trabalho de um dos mais brilhantes artistas vivos. [GC]

3) Harry’s House, do Harry Styles

A casinha do Harry Styles, apesar de simples, é bem construída. Um alicerce firme é formado na maneira que o cantor está a vontade e confortavel em experimentar novas abordagens em suas musicas.

Contrastando com a ideia de intimidade e aconchego do álbum, a faixa "As It Was" se tornou o maior sucesso da carreira do cantor e é gritada em estádios ao redor do mundo. [ER]

2) MOTOMAMI, da ROSALÍA

“Saoko, papi, saoko!”

Um dos primeiros versos do terceiro álbum da cantora ROSALÍA pode parecer dizer pouco, mas fala muito nas entrelinhas: a cantora evoca uma de suas referências musicais - que mais do que apenas serem musicais, moldam a sua personalidade. Além disso, esse é um convite para o ouvinte entrar na pista de dança.

Tudo isso explica um pouco do que é MOTOMAMI: mais do que um álbum que mantém a energia lá em cima, é uma deliciosa viagem às diversas personas - inclusive musicais - que a cantora catalã possui. [RS]

1) Renaissance, da Beyoncé

Depois de seis anos sem álbum solo, Beyoncé lançou o melhor disco do ano, que também é o melhor de sua carreira, e simplesmente sumiu depois.

É difícil saber por onde começar a elogiar Renaissance. Cheio de influências do house, do funk e do disco, e com letras hedonistas e escapistas — perfeitas para um mundo que, recentemente, foi destruído por uma pandemia — o álbum (também chamado de Act I: Renaissance, indicando que essa talvez seja a primeira parte de um projeto ainda maior) é divertido, é dançante, é significativo, é representativo. É a obra prima da maior artista de uma geração.

Talvez seu único defeito seja a falta de materiais visuais, mas, quem somos nós para cobrar que Beyoncé faça algo? [GC]