TOP 50: os melhores álbuns de 2022!

Aqui está a nossa seleção com os trabalhos que chamaram a nossa atenção ao longo de um ano recheado de bons lançamentos.

   40) A Light for Attracting Attention, do The Smile

O The Smile é o encontro de Thom Yorke e Jonny Greenwood - aqueles caras daquela banda mega conhecida - com o baterista Tom Skinner, conhecido por seu groove com o incrível Sons of Kemet.

Uma união improvável que, produzida por Nigel Godrich, logo entregou o seu registro de estreia, o quase perfeito A Light for Attracting Attention.

Não dá para fugir das comparações com o passado e, até por isso, o álbum parece uma versão mais "feliz e groovada" do Radiohead. Um exemplo claro disso está em "The Smoke" e a sua linha de baixo gostosa e envolvente. "Thin Thing", "We Don't Know What Tomorrow Brings" e "Skrting On the Surface" também merecem destaque.

Em meio as incertezas sobre o futuro do Radiohead, o The Smile mostra que parte de seus integrantes segue criativa e capaz de entregar músicas de excelente qualidade. [JP]

39) QVVJFA?, do Baco Exu do Blues

QVVJFA? é o terceiro álbum de estúdio de Baco Exu do Blues e atingiu o top 3 do Apple Music Brasil em janeiro deste ano.

É um trabalho muito bem feito pelo rapper baiano que expõe as feridas e as cicatrizes do coração. E particularmente não tinha visto um lado tão doloroso e exposto dele. Um álbum grandioso que explora a dor de uma maneira tão íntima e conflituosa.

Com sample de Vinicius de Moraes e Gal Costa, além de Muse Maya e Gloria Groove em seus feats, Baco deixa escancarado as memorias, amores e dores em ser um homem negro. QVVJFA? é ainda mais bonito e poético do que seus antecessores e carrega ainda mais as influências religiosas de raízes africanas em "Cigana", "Dois Amores" e no nome artístico do artista. Vale o play e o replay, vai por mim! [HF]

38) Traumazine, da Megan Thee Stallion

É um excelente sucessor do Good News, de 2020. Megan Thee Stallion entrega rap de verdade, faz todo mundo querer se jogar na pista e os refrões são tão grudentos quanto o do sucesso Body.

Além de tudo, há bons feats com Dua Lipa, a revelação Latto, Future, entre outros. [YC]

37) Decide, de DJO

DJO é o pseudônimo usado por Joe Keery, um dos atores de Stranger Things que figuram nessa lista. Ele, que interpreta o personagem Steve na série, mostra um lado totalmente diferente nos palcos, inclusive fazendo um show muito bacana na versão americana do Lollapalooza desse ano.

Decide não é seu primeiro trabalho na música. Assim como sua colega de elenco Maya Hawke, esse é o segundo álbum lançado por ele. O disco mistura música eletrônica e indie rock de uma forma bastante equilibrada e com uma produção impecável.

O que mais chama a atenção, é a forma cômica como ele desenvolve sua identidade musical nos vídeos e como as canções tem uma continuidade com o tempo diminuído ou quase inexistente de uma faixa para outra. Para quem curte uma vibe mais oitentista, com certeza vai se interessar pelo trabalho do DJO, tendo em vista que ele deixa bem clara essas referências em todos os trabalhos do projeto feitos até então.

Sem dúvida, a música que abre o álbum, “Runner”, é uma das melhores, seguida por "Half Life", "On and On" e "I Want Your Video", que completam as principais canções para observar como o ator se sai bem também no campo musical. [JS]

36) Dance Fever, de Florence + the Machine

Fazer referência à Praga da Dança de 1518 em seu disco mais dançante — e também aos visuais da época na parte estética do disco — fez com que Dance Fever se tornasse um dos mais interessantes (e bem recebidos) discos de Florence + the Machine tanto pelo público quanto pela crítica.

Influenciados pelo punk de Iggy Pop, a banda não deixou de lado a vibe etérea e barroca dos discos anteriores, só que dessa vez eles não fazem apenas músicas hipnotizantes: no disco, synth-rock, música eletrônica, pop rock e dance-pop são usados para causar uma febre da dança moderna enquanto Florence canta sobre suas epifanias incontroláveis. [GC]

35) It’s Almost Dry, do Pusha T

Muitas pessoas argumentam que o trabalho de Pusha T é monotemático e só se apoia nas suas experiências vendendo drogas. Mas, pra ser sincero, isso pouco importa quando você tem um dos rappers com um dos flows mais icônicos da nossa geração com um disco de produção assinada por Pharrell Williams e Kanye West.

It’s Almost Dry possui dois lados (um produzido por Pharrell e outro por Kanye), e em ambos consegue manter o clima sombrio, em conjunto com rimas ácidas e uma sonoridade envolvente. [RS]

34) Moss, da Maya Hawke

Se você gosta da série Stranger Things, você provavelmente já conhece a Maya Hawke, só talvez não saiba que ela também tem uma carreira musical. A artista lançou seu álbum Moss em setembro desse ano e vem trabalhando algumas músicas desde então.

Com um estilo mais puxado para o folk, ela traz canções calmas e algumas com vídeos um pouco “polêmicos” ou talvez um pouco “impactantes” demais para a família tradicional brasileira. Com uma voz doce e com um estilo que não lembra em nada sua personagem na série, a cantora e atriz vem fazendo alguns shows para apresentar esse sendo seu segundo disco de inéditas. O álbum me soa bastante poético e traz uma sensação de liberdade em cada música, difícil de descrever, mais um daquele conjunto de canções para te confortar em uma noite chuvosa de reflexão.

Como recomendação, destaco o primeiro single “Thérèse” e as canções "Hiatus", "Sweet Tooth" e "Sticky Little Words". [JS]

33) CRASH, da Charli XCX

Charli XCX sabe fazer música pop e Crash é a prova definitiva disso.

O quinto disco da artista é divertido, dançante e surpreendente, com participações de artistas consideradas alternativas no cenário pop, como Christine and the Queens, Caroline Polachek e Rina Sawayama — com quem Charli divide os vocais em "Beg For You", uma das melhores faixas do disco.

Mesmo quando tenta fazer um pop comum, mainstream, e não ser tão experimental quanto foi em seus trabalhos anteriores, Charli XCX não cai na mesmice ou é entediante. Essa é a melhor coisa sobre Crash. [GC]

32) Fossora, da Björk

Mais experimental que nunca, Björk volta com seu novo álbum, Fossora.

Mesmo sendo menos pop do que alguns fãs esperavam, o álbum entrega um intenso registro documental sobre amor, morte e o processo de luto, sendo mais um álbum que expõe a afetação da artista pelo isolamento social promovido pela pandemia nos dois últimos anos, além de explorar de forma delicada a morte da mãe, Hildur Rúna Hauksdóttir.

É um álbum denso, como prometido pela artista na divulgação do primeiro single do álbum, Atopos. O ouro do registro reside na própria sonoridade que se expande e pressiona o ouvinte, tal qual a proliferação dos fungos que foram o ponto de partida da pesquisa da artista. [BMS]

31) Love Sux, da Avril Lavigne

Quem não sentiu saudades da Avril rock após a era gospel (Head above water)?

Love Sux é como se fosse uma continuação do The Best Damn Thing. As faixas são divertidas, bem adolescentes (mesmo aos 38 anos), os vocais estão impecáveis e realmente você observa por que motivo a Avril é chamada de princesa do pop-punk.

Certamente uma versão deluxe do álbum vai chegar e mais uma faixa confirmada vai ficar no seu repeat: "I'm a mess", com Yungblud, sendo a melhor música dela em anos. [YC]