Como foi feito o nosso #LISTÃO2021?

Uma carta aberta sobre o ano, o Audiograma e essa lista.

Por John Pereira

Em todos esses anos nessa indústria vital, esse foi o primeiro ano em que o Audiograma flertou abertamente com o seu fim.

Por mais de uma vez, aconteceu aquele match no Tinder com a ideia de colocar um ponto final em tudo isso aqui e os motivos são os mais variados possíveis. Aqui cabem várias hipóteses e, talvez, todas tenham a sua porcentagem no combo final. Eu poderia só resumir com o famigerado "esse projeto não paga as minhas contas", mas acaba sendo bem mais do que isso. Ainda que o fator financeiro pese, a pandemia (que ainda não acabou, é bom lembrar) ainda é responsável por um peso grande em nossas decisões.

Isso se refletiu no site. Menos conteúdos publicados, podcast em hiato, redes sociais largadas... como levar adiante um projeto no qual você ainda acredita mas não sabe como proceder? Como lidar com a velocidade de informação? É importante falar de tudo? É melhor focar só no que você considera importante? Eu ainda não tenho essas respostas, apesar de pensar diariamente em formatos, ideias, conceitos, projetos, ações ou qualquer outra forma que você possa imaginar.

E no meio de tudo isso, o ano foi passando. Clipes foram lançados, singles se tornaram hits, álbuns foram destrinchados à exaustão, podcasts se consolidaram, resgataram material dos Beatles gravado no fim da década de 60, até o famigerado rock voltou a fazer parte da editoria mainstream depois de sei lá quantos anos. Em meio a um tsunami de lançamentos semanais, foi difícil se manter na superfície e acompanhar tudo o que está acontecendo por aí. Esse era o ano que a gente poderia entregar listas de tudo quanto é tipo neste mês de dezembro, como foram nos anos anteriores. Mas isso não iria condizer com o Audiograma no momento...

Enquanto escrevo esse texto, cá no início de dezembro, a ideia de encerrar o site ainda não foi completamente afastada dos planos, mas dá para dizer que aquele match com o Tinder não evoluiu para um encontro. Pelo menos por enquanto. Foi com tudo isso na cabeça que juntei alguns dos colaboradores do site para produzir essa lista que, inicialmente, seria o tal do último ato e, ainda que eles não saibam (ainda), esse processo acabou resgatando um pouco da minha vontade de seguir com esse projeto.

Ao invés de falar de clipes, singles, documentários, destaques ou outras listas, optamos por um formato mais simples: uma lista geral com 50 álbuns, acompanhada de listas individuais de cada um dos colaboradores que participou do #LISTÃO2021. É um formato reduzido, mas que traduz muito do que e a pluralidade do Audiograma enquanto veículo.

Por vários motivos, a torcida é para que 2022 seja um ano melhor, ainda que a promessa seja de caos. Assim como no ano passado, desejamos que o próximo ciclo nos entregue ainda mais criatividade, a retomada definitiva dos shows e do convívio social, foco em saúde, muitas descobertas musicais e, principalmente, muita resistência. Daqui, espero que você se divirta com essa lista - mesmo que o seu artista favorito não esteja presente ou apareça em uma posição que você julgue inadequada - e pense nela mais como um guia para aproveitar a boa música do que uma disputa de quem é melhor.

A gente se vê em 2022. Nem que seja para uma despedida!

Como a lista foi definida?

Cada colaborador que particiou do #LISTÃO2021 produziu uma lista com os seus dez álbuns/EPs preferidos do ano. Cada álbum recebeu uma pontuação e, a partir disso, foi montado o nosso TOP 50.

Em cada TOP 10 individual, o 1º colocado recebeu 100 pontos, o 2º recebeu 90, o 3º ficou com 80 e assim se seguiu até o 10º colocado, que recebeu 10 pontos. Com a pontuação somada, chegamos ao ranking final.

Critérios de desempate:

  1. Quantidade de citações nas listas individuais.
  2. A melhor colocação nas listas.

Persistindo o empate após os critérios acima, foi levado em conta a data de lançamento do álbum, com o mais antigo sendo citado primeiro.

Listão nos anos anteriores:

2020
2019
2018
2017
2016
2015
2014