TOP 10: Jullie Suarez

A Jullie selecionou os seus dez lançamentos preferidos de 2021 entre álbuns e EPs.

   10) Bobby Tarantino III, do LOGIC

Para quem disse que iria se aposentar, parece que o LOGIC resolveu voltar atrás e, diga-se de passagem, ainda bem! O rapper lançou dois álbuns esse ano, mas vou falar aqui sobre a continuação da saga de Bobby.

Nesse álbum número 3, ele traz histórias relacionadas ao momento em que vivemos, e também, introduz o pequeno Bobby, seu filho, em uma música ou outra. Desde que anunciou sua "aposentadoria" ele não parou de fato. Há todo momento, você poderia dar de cara com uma foto ou vídeo dele pelas redes sociais, mostrando sua rotina como agora pai de família. Nesse meio tempo, ele vinha compondo e produzindo algumas coisas que acabaram se tornando este novo álbum. Gosto muito de todas as faixas, mas recomendo prestar atenção na faixa "Vaccine" e na canção em parceria com Cinthya Erivo (única parceria creditada deste álbum), chamada "Inside".

É um álbum que carrega um tom crítico e nos faz refletir sobre o momento atual, mas que também fala, de certa forma, sobre esperança e nunca desistir.

9) Rêveur Forêveur, de Flo Delavega

Enquanto Flo curtia a vida em meio natureza com sua família, seu colega e parceiro de Fréro Delavega, Jérémy, foi mais rápido ao se lançar em carreira solo. De qualquer forma, esse tempo fez bem ao Flo, já que ele trouxe toda essa "vibe hippie" da sua vida para o seu álbum. Em parceria com a sua esposa e colega de profissão, a cantora argentina Natalia Doco, ele mostra um pouco do dia a dia da família, através das letras e sons externos (como o barulho das pessoas ou da voz de seu filho pequeno).

O álbum é uma mistura interessante de idiomas, já que existem canções que mesclam francês e espanhol simultaneamente, como, por exemplo, em "Un Beau Jour", onde pode se ver isso bem explicitamente. É um álbum gostoso de ouvir e com uma bagagem cultural muito bacana.

8) The Dream Of Christimas, do Gary Barlow

Apesar de ser uma grande fã do cantor, confesso que esse álbum para mim, foi uma surpresa e nunca pensei que colocaria ele em uma lista de "top 10", já que eu não sou uma grande apreciadora de álbuns natalinos. Com The Dream Of Christimas, porém, foi diferente.

Não sei se tem a ver com toda a divulgação e material envolvendo o álbum que rodou por aí, mas eu realmente tive vontade de ouvir um álbum de natal (a última vez em que me recordo de ter conseguido ouvir um desses que me chamasse atenção, foi o do Robbie Williams). Mesmo sendo um clichê, ainda é um álbum para ouvir e se desligar dessa loucura onde vivemos atualmente, "restaurando" um pouco da esperança e da magia do natal. Mas adianto que se você for ouvir esse álbum, a canção "Sleigh Ride" vai ficar na sua cabeça por muito tempo, então deixo por sua conta e risco.

7) Songs From Home, do Ronan Keating

O Ronan é um ótimo cantor e compositor e aprecio muito os trabalhos dele tanto solo, como a frente do Boyzone (boy band, em que ele ficou grande parte da sua vida). Mas esse álbum, apesar de ser em grande parte de regravações, se torna especial por ter um tom bastante pessoal e te fazer sentir em casa, como de certa forma o nome sugere.

Ronan conseguiu neste trabalho trazer aquela sensação de "aconchego", e fazer uma bela regravação da canção "The Blower's Daughter" com participação de sua esposa, sem a deixar monótona, diferente de muitas outras versões existentes (inclusive a original de Damien Rice). Ele ainda aponta para suas origens em "Summer In Dublin", regravação da canção que foi um grande hit da banda irlandesa Bagatelle nos anos 80.

6) Meilleure vie, do Jeremy Frérót

Jérémy poderia ser só mais um cantor vindo da versão francesa do The Voice, mas ele é muito mais que isso. Diferente de outros cantores que passaram pelo programa, ele se destacou primeiro com sua dupla Fréro Delavega, com a qual participou do programa e conquistou uma legião de fãs fiéis. Porém, em meados de 2018, ele decidiu seguir o caminho da carreira solo, e esse é o seu segundo álbum desde então.

O single "Un homme" pode ser um bom "virelangue", ou trava-línguas (em português), se você estiver inclinado a aprender francês, além de trazer alguns questionamentos interessantes, que aparecem ao longo do álbum, e que deixarei para você descobrir ao ouvi-lo.

5) MATERIA (TERRA), de Marco Mengoni

Sem dúvida, o Måneskin foi o grande fenômeno deste ano quando se trata de Itália, mas nem só disso vive o país. Como uma grande apreciadora dos artistas provenientes de lá, preciso dizer que além do álbum do grupo, outro grande trabalho de lá foi o recém-lançado MATERIA (TERRA), de Marco Mengoni. Álbum este, que traz algumas surpresas para quem acompanha fielmente o cantor, como, por exemplo, as participações especiais que não são muito o perfil dele, mas que quando acontecem são bem pontuais (Como quando gravou com a cantora brasileira Vanessa da Mata).

Neste álbum isso acontece em dois momentos: "Il Meno Possibile", parceria com Gazzelle e em "Mi Fiderò", em que canta com Madame (esta vinda do reality mais famoso da Itália, AMICI e de uma bela participação no último SANREMO). Dentre as canções desse trabalho, sem dúvida, o grande hit é "Ma Stasera", música que tem aquele refrão que gruda na cabeça e que não sai das rádios por lá.

4) L'horloge, do HEY LIFE

Uma novidade interessante que descobri esse ano em minhas buscas por músicas menos óbvias - fora do "eixo linguístico" português, inglês ou espanhol - e que foi uma surpresa positiva, foi a banda HEY LIFE.

Apesar de terem algumas músicas em inglês (por motivos comerciais), é ótimo ouvir a banda cantando em sua língua original, o francês. Começando pelo fato de que não se vê muitas bandas de rock cantando na língua por aí, as músicas da "banda de rock de Paris" como eles se autodenominam, são muito bem gravadas e ótimas de ouvir, e se diferem por te tirar da "zona de conforto musical" com a qual você está acostumado.

Já a música que merece um destaque especial e que me conquistou de cara, foi "Ombre", música essa, em parceria com o Eskemo, outra banda francesa do estilo que merece atenção.

3) Wild Dreams, do Westlife

Um dos meus grupos preferidos desde a adolescência, trouxe um álbum que há tempos não via. Mais animado e com mais composições próprias, além de contar com grandes nomes da atualidade assinando suas canções como, por exemplo, Ed Sheeran.

O grupo parece ter ganhando um novo fôlego, após se libertar das versões e de sua antiga gravadora, trouxe músicas como, "Starlight", que refletem bem a empolgação do grupo diante desse novo trabalho. Porém, em "My Hero", dá para ver bem a assinatura musical de Ed Sheeran, o que não é nada mal, já que essa parceria parece ter dado bastante certo. O álbum em sua totalidade está bem diferente do que o grupo costuma entregar, o que é ótimo já que agradou aos fãs de longa data e parte da crítica.

2) SUCKAPUNCH, do You Me At Six

Os ingleses do You Me At Six sempre aparecem nas minhas listas e não é à toa, já que eles nunca decepcionam. Esse álbum é frenético e, talvez, essa seja uma boa definição para começar a falar dele.

Ele carrega questionamentos sociais e protestos feitos pelo vocalista Josh Franceschi em parceria com seus colegas de banda de loga data, ao compor cada canção desse álbum. Dentre as músicas preferidas, estão a faixa título "SUCKAPUNCH", "Beatiful Way", "WYDRN" e "Voicenotes", música que carrega um sentimento especial para quem é fã da banda, assim como a canção "Glasgow".

A banda que foi sempre muito próxima de seus fãs, dessa vez conseguiu ficar ainda mais próxima trazendo seus admiradores para participar de parte do processo de criação desse álbum, os envolvendo em grupos de whatsapp e gravação de clipes, o que por experiência própria posso dizer que foi muito legal.

1) The Roadside [EP], do Billy Idol

Definitivamente, um dos meus preferidos desse ano e que não saiu do repeat por aqui. Sou uma grande apreciadora do trabalho do cantor que inspirou tantas gerações e é, sem dúvida, um grande ícone do Rock.

Esse EP traz aquela velha essência e sonoridade das antigas canções do auge da carreira de Billy no anos 80, e resgata aquela nostalgia boa para quem adora a música dessa década. Uma das minhas músicas preferidas desse EP é, com certeza, "Bitter Taste", mas "Rita Hayworth" tem um lugarzinho reservado na minha playlist também.