Especial por Debora Miranda, de Sidney – Austrália
Há quase quatro décadas na estrada, nem o tempo, o envelhecimento e a mudança nos comportamentos foram capazes de parar Madonna. Em seu aniversário de 60 anos, comemorado hoje, a cantora se consolida como uma das maiores artistas dos últimos dois séculos.
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Somando 13 álbuns, 22 filmes e 10 turnês que a levaram ao redor do mundo, três passando pelo Brasil, a rainha do pop está longe de se aposentar. Vinda de uma família de italianos de Michigan, Madonna chegou em Nova Iorque com 35 dólares no bolso, posou nua para conseguir dinheiro e tocou bateria em uma banda até se lançar em carreira solo.
Influenciada por David Bowie, Basquiat e Debbie Harry e a estética punk no seu primeiro álbum, ela alcançou a fama com seu primeiro disco, Madonna, em 1983.
Sexo, ícone fashion e influencia na cena gay
Com a fama, veio o poder de influência e Madonna se tornou um ícone fashion e gay nos próximos anos, com milhões de garotas imitando seu estilo e suas músicas, hinos como “Vogue” (1990), “Into The Groove” e “Holiday” (1983) tocando nos clubes e casas noturnas.
Madonna também organizou e participou de muitos eventos pela luta contra a AIDS, e foi uma das primeiras celebridades a falar sobre homofobia em uma época em que a palavra nem era usada. A cantora se tornou parte dos grandes artistas dos anos 80, junto a Michael Jackson, Whitney Houston e Prince, e viveu mais que todos eles.
Empoderamento feminino
Um das precursoras do novo feminismo e da liberdade individual, Madonna sempre esteve na vanguarda da liberdade criativa e sexual das mulheres. Músicas como “Express Yourself”, o disco Erotica (1992) e Sex, livro esgotado com fotos da rainha do pop em poses reveladoras, mostraram que ela nunca esteve a fim de obedecer imposições da grande mídia sobre como deveria se comportar.
Mesmo com críticas, se arriscou no cinema com Procura-se Susan Desesperadamente, Dick Tracy, Uma Equipe Muito Especial e Evita, longa pelo qual levou o Globo de Ouro de Melhor Atriz. Já mãe solteira, o discurso de Madonna na premiação da Billboard em 2016 mostrou a cantora combatendo críticas de não poder mais fazer o que se quer por conta de sua idade, mostrando que muitas mulheres sofrem na indústria da música por não serem mais consideradas atraentes. Vale muito a pena assistir.
Reinvenção, maternidade e volta à pista de dança
À beira dos 40 anos, em 1998, Madonna lançou o que muitos consideram o seu melhor álbum, Ray of Light, em que mistura música eletrônica e letras autobiográficas. Faixas como “The Drowned World” e “Mer Girl” mostram o lado materno e sensível da cantora enquanto “To Have and Not to Hold” traz um pouco de Bossa Nova e “Nothing Really Matters” é uma faixa perfeita para a pista de dança.
Os discos Music, American Life, Hard Candy e MDNA continuaram misturando música eletrônica com pop, fazendo a cantora voltar à estrada com duas de suas turnês mais lucrativas; Sticky and Sweet e The MDNA Tour, ao mesmo tempo em que criava quatro filhos, produzia outros artistas, dirigia filmes e começava seu trabalho filantrópico no Malawi, país do qual adotou quatro crianças.
Rebel Heart, 60 anos e o legado na cultura pop
Influenciando pelo menos duas gerações de fãs: das princesas pop do final dos anos 90 ao espaço dado à bandas de rock como Deftones e Alanis Morissette, ambos lançados pelo Maverick, selo da cantora, Madonna nunca para no tempo e está sempre fazendo colaborações com artistas em evidência: de Bjork, em “Bedtime Stories”, de 1992; passando por Kayne West e Avicii em “Hard Candy” e “Rebel Heart”, respectivamente.
Em suas últimas três turnês, Madonna se tornou a artista solo com a maior arrecadação em shows da história, somando 1,3 bilhão de dólares. Com seu 14º álbum em produção e uma turnê que promete passar por quase todos dos continentes, a rainha do pop não mostra sinais de cansaço e prova que se mantém no controle de sua carreira e nas rédeas de sua vida.
Seu legado como artista pop ainda viverá por mais 60 ou até mais anos. Parabéns!
